Pesquisa da Câmara do Comércio Sueco-Brasileira aponta o otimismo das companhias suecas para ampliar a presença no país a partir de 2019.
Anualmente, a Câmara do Comércio Sueco-Brasileira (Swedcham Brasil) divulga o Swedish Business Climate in Brazil, pesquisa que avalia o grau de interesse de negócios das empresas suecas presentes no Brasil. Nesta oitava edição, o levantamento, que contou com a participação de 72 empresas e foi realizado em parceria com a LLORENTE Y CUENCA, consultoria de comunicação corporativa, e do Team Sweden Brazil, grupo formado pela Embaixada da Suécia, Swedcham (Câmara do Comércio Sueco-brasileira), Consulados e Business Sweden resultou em projeções futuras de mercado positivas.
Assim como em 2017, a maioria das companhias suecas mostraram otimismo com as perspectivas de retomada da economia. O relatório aponta que mais de 72% das companhias pesquisadas estudam ampliar as suas atividades no Brasil e preveem crescimento para a sua operação nos próximos três anos.
Segundo a pesquisa, 65% das empresas se mostraram satisfeitas ou muito satisfeitas com o ambiente do país. Este ano 52% das organizações conseguiram aumentar seu market share e 34% prevê uma presença acima de 40% para os próximos três anos. Esta percepção antecipa um 2019 com muitas oportunidades de geração de empregos e investimento.
“Este foi um ano de retomada da economia e as empresas conseguiram acompanhar este crescimento, conquistando mais espaço e influência no mercado”, aponta Jonas Lindström, diretor executivo da Swedcham.
Apesar de 95% estarem localizadas na região Sudeste, metade delas pretende estender seus negócios para outras regiões, especialmente Nordeste e Centro-oeste do Brasil. Para o diretor da Swedcham, “este é um efeito que veremos nos próximos anos, pois o desenvolvimento destas regiões e as vantagens competitivas atraem interesse de muitas empresas que querem crescer no país”.
As principais razões apontadas para o otimismo foram o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) e as reformas tributária e trabalhista em curso, bem como o progresso da infraestrutura do país, enquanto o ambiente regulatório e as questões tributárias foram apontados como os principais entraves para o desenvolvimento. O relatório também chama atenção para o fato de a corrupção ser percebida como menos desafiadora, tendo como possível explicação a Operação Lava Jato.
O otimismo das companhias com o cenário econômico se confirma com a percepção de que a chegada de um novo governo favorecerá o ambiente de negócios no Brasil. Cerca de 84% delas acreditam que o novo governo irá atrair mais investimentos do exterior a partir de 2019.
“Recentemente, os grupos suecos passaram pelos momentos mais desafiadores da história da economia brasileira. Agora eles estão otimistas com os sinais e as grandes linhas econômicas da equipe do governo eleito”, comenta Lindström. “O Brasil sempre foi visto por estas companhias de alcance global como um mercado de grandes oportunidades de crescimento, e a percepção da mudança no cenário econômico traz de volta o otimismo no mercado nacional”, completa o executivo da Swedcham.
Geração de empregos
Em 2017, 46% planejavam aumentar seu número de empregados em 2018. Este ano, 45% efetivamente cumpriu com o esperado e aumentou seu quadro de colaboradores. O panorama futuro se mostra ainda mais otimista quando mais de 62% destas empresas planejam aumentar o número de empregados nos próximos três anos.
Presentes em mais de 17 setores da economia, as empresas suecas são, atualmente, responsáveis por 130 mil empregos diretos e indiretos em todo o Brasil, sendo a maioria destas vagas nos segmentos de engenharia e automotivo.
Ainda no âmbito dos empregos, 72% delas consideram importante ou muito importante o Brasil em sua rotatividade global. Por isso, elas estão investindo cada vez mais na criação e desenvolvimento de uma cultura empresarial com valores e que seja de longo prazo.
Um grande desafio nesta área ainda é a ampliação da presença das mulheres em cargos de comando dentro das organizações. Hoje, elas representam 27% da força de trabalho e apenas 22% possuem posições de liderança. O número é certamente maior do que o registrado em 2017, quando apenas 19% das vagas de chefia eram ocupadas por mulheres. Porém, ainda está muito longe dos níveis adequados de igualdade.
Compromissos sociais
Assim como no último ano, a preocupação com a responsabilidade social nas estratégias corporativas está em crescente evolução. Atualmente, 78% das empresas contemplam atividades na área, principalmente voltadas a compliance e transparência dos processos.
Como reflexo da cultura social e empresarial sueca, as subsidiárias presentes no Brasil apresentaram maior compromisso com as ações ligadas à sustentabilidade e ao seu impacto ambiental de atuação.
A 8° edição da Swedish Business Climate in Brazil contou com apoio do Team Sweden Brazil, grupo formado pela Embaixada da Suécia, Swedcham (Câmara do Comércio Sueco-brasileira), Consulados e Business Sweden.